sábado, 30 de outubro de 2010

Cancioneiro

Canção da noite Solitária
Fernanda Keal

Eras tu quem eu procurava
Na noite fria que me velava
E solidão que andava comigo
Por muitas vezes foi o meu abrigo

Cada caminho por onde eu passei
Muita tristeza eu encontrei
E a ilusão que estava sempre lá
Ao meu lado pôs-se a caminhar

A incerteza e a escuridão
Dominavam o meu coração
A alegria o que é não sei
Mas eu vou saber, pois eu te encontrei

Ajeita teu colo que eu já estou indo
Ao nosso encontro, ao amor, ao infinito
Vou resvalar nos teus braços pensar com você
Vou caminhar nos teus passos com todo prazer

De agora em diante eu serei feliz
Sempre ao teu lado como o destino quis
Eu te prometo o calor no inverno
A felicidade e o meu amor eterno.

Eu existo

Eu existo para você
Fernanda Keal

Você sempre me deixa pra depois
Como aqueles velhos livros na estante
Que você pensa um dia em precisar
Mas deixa lá esquecidos

Não quer me amar, não quer nem se acostumar
Nem saber que me tem a todo instante
A ainda pensa em não me magoar
Você nada decide

Dono do Todo

Dono do todo
Fernanda Keal


O sol não brilha pra você
O teu brilho é intenso

O mar não te cabe
O teu ser é imenso

O céu não te abarca
Seu todo é infinito

Mas meu eu te toca
Pelo amor que é contigo.

Rastros

Rastros inapagáveis
Fernanda Keal

Surge como desaparece
Chega com um adeus
E Com um beijo de ilusão

Conquista com as rosas do esquecimento
Fecho a porta, então.
Tranco a casa, destruo a rua.
Mas os rastros no coração?

A cidade muda de mim
E eu mudo de faces para ver um fim.

Então abro a porta
Destranco a casa e restauro a rua
Livre de rastros, de coração e de mim.

Voz de Lua Minguante

Voz de lua minguante


Fernanda Keal


Ao sabor da noite
À voz da lua minguante
Resvalo, sem som, sem luz

Chamo a lua, ela vem
Impero as estrelas, elas obedecem
Controlo o amor, ele foge

O que me toca não sente a pele
O que ouve o coração sem luz
É uma voz de lua minguante

A luz é da lua, a voz é a tua
Vejo e ouço na noite tardia
Sem voz, sem som, sem melodia.

Eu dinvindade

Eu divindade

Fernanda Keal


Endeusa-me com um fio de olhar,
Adora-me sob o meu manto!
Teus braços: andor, seguindo...
Ao altar de espumas branco

Tens-me com devoção
Tu que de mim fazes divindade.
Estátua sem rosas, fitas e velas
Viva de humana vontade.

Louva-me com preces de desejos,
Toca-me com rezas e calor
Ocupas tu, comigo, o meu altar
E sutilmente, Afrodite eu que sou.